sábado, 19 de julho de 2008

Wall-E

"Wallll-Eee!"


Desde as primeiras notícias sobre a produção de Wall-E, o filme aguçou minha curiosidade. Basicamente porque a trama principal do filme parecia-me muito melancólica, principalmente no que se referia a uma animação Pixar. Notícia vai e notícia vem, trailer pra lá e trailer pra cá, e finalmente fui assistir ao filme com o robôzinho que era a cara do Johnny Five de Short Circuit (1986). Ao final da sessão, tive certeza, Wall-E entrou para meu "Top Five" de melhores filmes do ano.
A história da película mostra o planeta Terra daqui a 700 anos, em um futuro pós-apocalíptico, quando a poluição saturou de tal forma a nossa Gaia que a vida como a conhecemos se tornou inviável. Os humanos, bem, os humanos fugiram em uma colossal nave espacial de nome Axion. E deixaram para traz sua casa completamente suja. Mas a empresa responsavél pela nave deixou aqui uma linha de robôs, os Wall-E, cujo função era a de limpar toda a superfície do planeta. Mas como o tempo é corrosivo, todos os robôs dessa linha foram quebrando durante as gerações em que trabalhavam. E é ai que conhecemos nosso protagonista, Wall-E, o último dessa série, que após tanto tempo, continua compactando o lixo do mundo. O robôzinho tem como hobby colecionar antigas velharias humanas, que ele guarda em sua "casa", onde passa boa parte do tempo assistindo a musicais em companhia de sua única amiga, uma barata (você sempre ouviu dizer que as baratas sobreviveriam a um holocausto nuclear, não?!?!). Mas Wall-E se sente só, triste por não ter com quem conversar. E é assim o dia a dia do trabalhador de metal. Mas tudo muda quando uma misteriosa nave desce dos céus, e traz consigo uma robôzinha de nome Eve, com a missão de explorar a superfície do planeta. A partir desse ponto, a vida de Wall-E vira de pernas pro ar, e sua aventura culmina com sua ida a nave Axion.
O filme do diretor Andrew Stanton é simplesmente genial, mas para corrobar tal afirmação, vamos a análise. O começo da produção é de uma melâncolia só. Um mundo assustadoramente destruído pela ação humana, e nele há apenas o pequeno Wall-E, completamente só. A cada take, o metal contorcido da lataria do robô demonstra tal solidão. Nunca vi, em nenhum lugar, uma máquina capaz de expressar tamanha emoção (ele chega a superar até mesmo o eterno R2-D2 de Star Wars). Ele é curioso, e essa curiosidade leva-o a guardar inúmeros artefatos humanos. É engraçado vê-lo abrir uma caixinha porta-anel, jogar fora o anel de diamantes, e guardar a caixinha. Uma mensagem sutil, mostrando que o importante na vida são as coisas de natureza simples. Há também um pequeno espaço para a metalinguagem (o robô assistindo filmes); metalinguagem essa que ajuda a criar essa atmosfera triste.
Eis que chegamos ao "ato dois", que é iniciado pela chegada de Eve (em referência direta a Eva biblíca). O "romance" entre as duas máquinas é uma coisa surrealmente linda. O jeito inocente de Wall-E, em contrapartida com o comportamento "cumprir missão" de Eve dá um toque interessante a trama (será alguma mensagem subliminar reafirmando que as mulheres amadureçem mais rápido que os homens?!?!). É um amor puro, infantil e sublime. Acredito que todos os que assistirem ao filme lembraram daqueles amores de infância.
Já no "ato três", quando o robô chega a Axion, é um prato cheio. A nítida critica a sociedade consumista americana, onde no futuro, os humanos são gordos, não andam e se alimentam de fast-food! Uma alfinetada nos sedentários norte-americanos; e em uma nação que caminha cada vez mas para uma versão equivalente da ficção cinematográfica.
Some a isso algumas sitações a 7ª arte, principalmente ao clássico 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, uma trilha sonora competente, e um roteiro que não se arrasta em nenhum momento, mantendo um maravilhoso ritmo.
Enfim, do começo ao fim, Wall-E é uma animação expetacular (e sério candidado ao Oscar 2009 de Melhor Animação), tanto na parte técnica (falar da perte técnica da Pixar é chover no molhado), quanto na parte artística. Veja sozinho ou sozinha, acompanhado ou acompanhada, e se emocione com as aventuras do simpático robôzinho Wall-E. NOTA: 10


Um comentário:

Prof. Aline Costa disse...

Adoreeeeeeeei o WALL-E!!!!
ele é realmente simpatississimo!
Até me emocionei junto... rs
Realmente uma exelente animação que merece seu 10 e que vale de alerta!
[Criancinhas, parem de comer MC lanche feliz e jogar ps3 e vão brincar de verdade! rs]