sexta-feira, 18 de julho de 2008

O Incrível Hulk

Hulk Esmaga!!!


Caralho, eu sou um preguiçoso safado, e só agora é que estou escrevendo a resenha de O Incrível Hulk!!! Pois bem, aqui vamos nós! Primeiro, vale lembrar que The Incredible Hulk (título original) é, junto com Homem de Ferro, os filmes que abriram as portas da Marvel Productions, a divisão de produção da editora Marvel Comics, ou seja, a partir de agora, as adaptações de quadrinhos para o cinema da editora serão feitas por quem entende de quadrinhos. Tivemos em maio desse ano o ótimo filme de titio Tony Stark, um filme leve, divertido, com uma sutil crítica ao mercado armamentista americano, bons efeitos especiais, etc, etc. Então, o novo filme do Gigante Esmeralda, comparado a Iron Man, é bom, mas não ótimo!
Aos leigos é bom exclarecer, o novo filme não é uma continuação do Hulk (2003) do diretor Ang Lee. Aqui temos um reinicio da franquia, uma vez que muitos acharam o primeiro filme muito meia-boca! Vamos começar pela história: Vemos nosso bom e velho Bruce Banner (Edward Norton), em uma favela aqui no Brasil, buscando sumir das vistar do sempre sisudo General Ross (William Hurt). Em sua estada em nossa bela nação tupiniquim, o cientista busca uma cura para seu "problema de personalidade"; uma vez que ele sabe que só assim poderá viver em paz com seu grande amor, a também cientista Betty Ross (Liv Tyler). O problema é que Ross consegue descobrir o paradeiro de Bruce, a assim começa a perseguição. O general organiza uma investida contra o "portador" do Hulk, essa liderada por Emil Blonsky (Tim Roth), que é feito cobaia de uma experiência onde recebe um protótipo do "Soro do Super Soldado" (aquele que transformou o magrelo Steve Rogers no heróico Capitão América - mas que neste caso, é uma versão, digamos, "não aperfeiçoada"). Essa singela ação é que gera assim, o antagonista "porrada" da história, o vilanesco Abominável!
Well, well, well... No quesito atuação, O Incrível Hulk se saí bem. Se não extraí nada genial dos atores, pelo menos estes (os atores) tem "bala ná agulha" suficiente para manter um bom nível. Primeiro temos Norton, que como sempre, interpreta o personagem de forma plena; e digo mais, o tom de voz típico do ator, aquele voz baixa quase como um susurro, é perfeito pro papel. A belissíma Liv Tyler também mantém uma ótima atuação - com destaque para aquilo que chamo de "cenas extremas", na qual a personagem explode em um sentimentalismo (nesse caso nas cenas de Betty com o Pai). Will Hurt sempre teve cara de militar, motivo já suficiente para que o papel do Gen. Ross o cai como uma luva (eu sei, eu sei, Hurt é um excelente ator). E completando temos o sempre expetacular Tim Roth, aqui interpretando um Emil Blonsky que vai decaindo em uma "psique" violenta após o uso do soro, o que leva-o a transformação no Abominável. No geral, um elenco excelente em uma atuação competente.
A direção do diretor com nome de cachorro, Louis Leterrier é boa, e funciona e o roteiro está em um nível que agradará a todos (ou quase todos). Há ainda as participações especiais do filme: Temos o nosso velhinho safado mais amado, Stan Lee, em uma cena que pasmem, influência na trama do filme; e como não podia deixar de ser, o eterno Hulk, Lou Ferrigno, contracenando com Norton, em uma cena em que ele diz pra Ferrigno: "Você é o cara!", uma digna homenagem aquele que será o melhor verdão de todos os tempos. Além é claro, da série clássica setentista ser homenageada a todo o tempo no filme. Temos também citações ao universo Marvel, e o gancho deixado para o vilão de uma possível sequência - a aparição do professor Samuel Sterns, interpretado por Tim Blake Nelson, e que futuramente se tornará o vilão Mestre. Aqueles que acompanham os quadrinhos da "Casa de Idéias" irá adorar.
Mas como nem tudo são flores... Uma coisa que me incomodou no filme foi essa estética "pula-pula". Em uma hora Bruce está no Brasil, depois no México (ou Guatemala, sei lá), para logo em seguida já entrar nos EUA; é meio bizarro pensar que um cara perseguido pelo governo americano entre no país via fronteira sem ser identificado (ou será que está facil atravessar a fronteira?!?!). Some a isso um corre-corre sem parar, com o protagonista sendo perseguido de cinco em cinco minutos... sei lá, parece estranho. O filme não tem pausa, não tem cenas que conectam esses momentos perseguição. A ironia nisso tudo, porém, é que como todos sabem, Norton (que também ajudou no roteiro do filme) brigou com Leterrier, e que uns 50 min de cenas extras foram cortadas do filme na edição final, ou seja, aquilo que os fãs chamam de "Norton's Directors Cut", a versão Ed Norton do filme; é provável que essas sejam as cenas que "conectam" a ação da película, cenas de diálogos, ou como costumam se adjetivar, os momentos mais "cabeça", explorando as direfenrentes personalidades dos protagonistas.
Mas uma coisa que me deixou um pouco incomodado foi a cena final do filme. Cene essa com a participação especial de Robert Downey Jr. como Tony Stark, em que o milionário sugere ao Gen. Ross a criação de uma equipe para solucionar o problema do Hulk. O momento, em si é bom, mas onde a edição final encaixou a cena é péssima; ao terminar o filme você fica com a impressão de que todo o filme só foi feito para promover o futuro filme dos Vingadores (que reunirá figuras icônicas da Marvel, como Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Homem-Formiga e Hulk, e que tem estréia marcada para 2011). Leterrier poderia ter posto a cena no pós-créditos finais, assim como fizeram com Nick Fury em Homem de Ferro.
E como não podia deixar de ser, a participação do Brasil no filme, apesar de boa, é introduzida de forma medonha. O take inicial, mostrando uma favela, parece durar uma eternidade. A estrutura de "casinha sobre casinha", tão comum a paisagem brasileira, é mostrada de forma colossal no filme. Colosso esse que assusta, e muito.
No geral, O Incrível Hulk é um filme bom, que entretem de forma satisfatória. E que venha o filme dos Vingadores! NOTA: 8,0


Nenhum comentário: