segunda-feira, 30 de junho de 2008

Fim dos Tempos

Isso está realmente acontecendo?


Sabe, é quase regra geral, quando aplicado a qualquer profissional, em qualquer área de atuação, a seguinte progressão: ruim – regular – bom – excelente. Ou seja, em qualquer atividade, uma pessoa começa de baixo, e com o passar do tempo, suas experiências acumuladas aumentam sua capacidade de execução de determinadas tarefas; de forma simplificada, é a nossa boa e velha amiga evolução; com o tempo você fica melhor no que faz. Por que digo isso? Bem, é porque o diretor M. Night Shyamalan pertence a um seleto grupo de pessoas que faz o caminho inverso: começa em modo excelente “on”, e com o passar do tempo, sua habilidade parece apenas decair mais e mais. E é ai que chegamos ao seu mais novo filme: Fim dos Tempos (The Happening no original).
O filme entra na onda dos bons e velhos filmes catástrofes, onde uma espécie de toxina espalhada pelo ar começa a “desligar” o instinto de auto-preservação das pessoas, e estas passam a se suicidar. Eis que entra, como de praxe, o ponto de vista familiar que Shyamalan adora explorar. Temos Elliot Moore (Mark Wahlberg), um típico professor que tenta descobrir o motivo da tal “praga”, enquanto sua relação com a esposa Alma (Zooey Deschanel) torna-se cada vez mais frágil. Juntam-se a eles Julian (John Leguizamo), melhor amigo de Elliot, e sua filha Jess (Ashlyn Sanchez). Os quatro partem de Nova Iorque, tentando fugir da praga, para logo depois descobrirem que a mesma esta se manifestando em outras cidades da costa leste do país.
Pois bem, de forma simples e clara, o filme é ruim. É incrível como o cara que criou O Sexto Sentido (1999), uma das películas de cinema mais interessantes dos últimos anos, pode fazer algo tão tosco. E a culpa não é só do indiano estranho. O elenco está horrível, parece que fizeram o filme de má vontade. Todos, eu disse TODOS, estão em uma canastrísse só. De Wahlberg á Leguizamo, não há nada quase momentos que redimam os atores. Acho que a única cena que “salva” o ex-rapper Mark é um momento “lágrimas”, onde Elliot e Jess se abraçam e ambos começam a chorar. Fora isso, não a mais nada. O filme é todo recheado de momento em que você gostaria de socar a cara de Wahlberg – vide o momento em que ele “confessa” uma traição para Alma, chega a ser constrangedor. Já para a marmanjada, o maior atrativo da fita é a presença da bela e carismática Zooey Deschanel.
No geral, nada resiste ao péssimo roteiro que abusa de forma maldita da palavra “happening” (do inglês, acontecer), extraída do título original; de minuto em minuto alguém solta a frase “isso realmente está acontecendo”, a ponto de irritar quem assiste ao filme. Além disso, a resolução da história é simplista demais, quase irreal. E o pior, perto do final do filme, após o clímax que resolve a história, entra uma narração em off de Wahlberg, explicando o que ocorrerá na cena anterior, cena essa que todos os espectadores tinham entendido: Então, pra que DIABOS explicar a PORRA da cena?!?!
Fim dos Tempos é a prova viva de que titio Shyamalan está cansado. Desde O Sexto Sentido sua obra vem decaindo. Tivemos Corpo Fechado, com uma ótima história, mas que pareceu não brilhar como devia. Depois Sinais, cuja trama é bem desenvolvida, mas tem um final muito escroto. Passando por A Vila, uma critica sem sal a sociedade capitalista, chegando a seu penúltimo filme, A Dama na Água, que ainda não assisti, e por isso não posso comentar. Está na hora do diretor tirar umas férias de Hollywood e voltar a fazer alguns filmes em Bollywood, a hollywood indiana, para ver se sua criatividade e genialidade conseguem voltar. NOTA: 7,0

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Efeito Dominó

Esse tem sotaque britânico!

Nunca fui com a cara de Jason Statham. Sempre o via como o astro do filmeco de ação Adrenalina. Um novo Van Damme, sem cérebro, só músculos. Quando ouvi falar pela primeira vez de Efeito Dominó (The Bank Job, no original), pensei: "Oh, mais um filme de assalto a banco, agora com um pseudo-atorzinho! Uhul! O que tá pasando no outro canal?" Mas não troquei de canal; esperei para ver qual seria a opinião do crítico de cinema Christian Petermann (o cara que eu tenho como "guru", e único critico de cinema que respeito), no programa de titio Ronnie Von, "Todo Seu", na TV Gazeta. Segundo Petermann, dessa leva 2008 de filmes de assalto (Mad Money e Um Plano Brilhante), The Bank Job era o melhor. Pois bem, quando vi que o filme estava disponível no cinema aqui perto de casa, fui assistir. Primeiro pelo elogio de Petermann a película, segundo porque o filme é uma produção britânica, ou seja, é repleto daquele agradabilissímo sotaque do velho continente. Ao termino da sessão, a felicidade de ter "queimado a língua" no que se refere ao bobo preconceito que tinha quando a Statham; e claro, a de ter assistido a um excelente filme.
A história de Efeito Dominó começa de uma forma simples, quando o mecânico Terry Leather (Jason Statham) reencontra com uma velha amiga, a atraente Martine Love (Saffron Burrows), que lhe faz uma proposta: assaltar um banco, quando este, por uma semana, estará com a segurança em manutenção. Até ai, tudo bem, o problema é quando esse assalto a banco se mostra como apenas a ponta do iceberg de uma conspiração que envolve um "segredo" guardado pelo criminoso engajado Micheal X (em alusão ao líder americano Malcolm X) que pode derrubar o Império Britânico, e o esforço do MI-5 (o serviço britânico de inteligência) para capturar Micheal X e silência-lo. Acho que por isso traduziram o título do filme dessa forma. O assalto é a primeira peça de um dominó, que pode iniciar uma série de acontecimentos de proporções colossais.
A atuação de Statham é ótima. Ele não é um astro de ação vazio. Ele tem um motivo primordial que o move. E aqui, é o bom e velho extinto protetor. O desejo de dar a família (esposa e duas filhas pequenas) uma vida melhor. Apesar disso, Terry acaba sedendo aos encantos da bela Martine, em uma excelente atuação de Saffron Burrows. A atriz cria ao redor de si uma aura de "poder feminina", uma femmale fatale com um Q a mais. E claro, a sintonia entre os dois atores é perfeita.
Já a direção, de Roger Donaldson (diretor do clássico trash paga-peitinho A Experiência) funciona. Mas, com um roteiro desse nas mãos, que flui muito bem, Donaldson poderia ter arriscado mais. Brincado com o "ser diretor", criando algo novo na direção. Ele optou por uma condução linear da história. Funcionou, mas poderia ter sido mais. Ponto para a relação Terry-Martine; um constante clima de tensão sexual paira sobre eles. Porém, aqui, Terry sempre mostra que está mais ligado a esposa e sua família, e que a relação com Love é apenas uma paixão, algo "de pele".
Concluindo: The Bank Job é um bom filme. Tenso, climático, interessante, e com aquela boa e velha estória de conspiração com a Família Real Inglesa! O roteiro, como já disse, flui, e não cansa. Um bom filme britânico, com uma pequena, porém divertida participação de John Lennon e Yoko Ono (o filme é ambientado nos anos 70)! Corram para o cinema, e aproveitem a sessão. NOTA: 8,5

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Indy, Comunistas e Homenzinhos Verdes: A Combinação Perfeita!

Engraçado, tem alguns filmes que quando assisto, parece que todas as células do meu corpo reagem. Um pulso elétrico de felicidade percorre todos meus nervos, levando-me para algum lugar atemporal, para algum momento na infância, onde o mundo era maniqueísta e tudo era mais simples. É uma versão mais psicodélica da sensação de nostalgia. Isso, essa felicidade infantil acontece em produções antigas, como Star Wars (1977), Superman - O Filme (1978), e Indiana Jones (1981). Indy está no que eu chamo de memória infantil; fleches de imagens dos filmes em tardes de sábado, quando passavam exaustivamente na TV aberta. Ele é parte da minha infância, e por que não, da minha história. E quando a notícia de que um novo Indiana Jones iria ser produzido, fiquei curioso. Pois bem, a curiosidade foi sanada, e digo, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é um filme muito bom. Arrisco a dizer que é o melhor filme que assisti esse ano.
Vinte e sete anos depois do primeiro, saem os nazista malvados e entram os soviéticos. Estamos na década de 50, e titio Indy ainda está se metendo em muita confusão. Logo de cara vemos Indiana (Harrison Ford) e Mac (Ray Winstone) presos pelos comunistas, em algum lugar no meio dos EUA. Somos então apresentados à vilã do filme, Dr. Irina Spalko (Cate Blanchett), uma pesquisadora paranormal da KGB, que busca algo em certo galpão/depósito do governo estadunidense (muito familiar aos fãs da trilogia Indiana Jones). A partir daí, somos jogados em um turbilhão conspiratório onde os russos buscam encontrar a lendária caveira de cristal, um artefato mítico que dará grande poder aquele que o possuir. Nesse meio tempo, o Dr. Jones foge (em uma das cenas mais mentirosamente maravilhosas já criadas) e volta para sua universidade. É quando conhece Mutt Williams (Shia LaBeouf), um jovem rebelde bem “a la” anos 50. Ele entrega ao professor um caderno de anotações que os levam as Linhas de Nazca, Peru, onde acham à dita caveira e a levam para a boa e velha floresta amazônica, onde encontram e “resgatam” Marion Ravenwood (Karen Allen), que se revela mãe de Mutt. Equipe formada. Todos prontas para aquela boa correria de sempre, com muitas piadas, discussões entre Indy e Marion, chicotadas, bichos selvagens, indígenas, e tudo o que a de bom em uma película de Indiana Jones.
Harrison Ford, agora com seus sessenta e todos anos de idade, continua sendo O CARA. Um excelente ator, que foi revelado e ascendido ao status quo de astro de primeiro escalão por dois personagens canastrões metidos a galã, ambos em películas clássicas do mundo nerd: Star Wars (como o pseudo-pirata espacial falastrão Han Solo), e em Indiana Jones. E mesmo tendo se passado 27 anos desde Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida, Ford ainda sabe como interpretar o professor Henry Jones Jr. È sério, parece que não se passou tanto tempo assim. Estão lá, todos os trejeitos e gags do personagem, com um frescor quase mágico. E não é só isso, o próprio ator, apesar de todo o peso da idade, encarou a maioria das cenas de ação, dispensando os dubles. Não é só o personagem que é incrível, o ator também é.
E direto de Caçadores da Arca Perdida, temos de volta Karen Allen, interpretando a sempre jovial Marion. Karen está excepcional, trazendo a mesma personagem de anos atrás, mas com algo novo, talvez um amadurecimento (uma vez que a personagem se tornou mãe), mas claro que sem perder aquele jeitinho docemente fatal. E mesmo passados os anos, ela continua linda, presenteando os espectadores com seus grandes olhos azuis, e com um sorriso que deixa o de Cameron Diaz no chão. E juntando-se a equipe, temos Shia LaBeouf, interpretando um “James Dean” de nome Mutt, que protagoniza uma “conflito” de gerações divertidíssimo com Jones. E completando o elenco, temos Cate Blanchett interpretando de forma deliciosa uma caricata comunista maquiavélica. Para aqueles que tiverem a oportunidade de assistir ao filme no idioma original, poderão notar o exagerado sotaque da personagem. É fácil de ver como Cate se diverte interpretando a antagonista do filme. Uma pena Sean Connery não ter topado participar (mesmo assim, Henry Jones Sênior está presente no filme). Resumindo, é um elenco maravilhosamente maravilhoso, se me desculparem a redundância.
E chegando ao quesito roteiro/direção, a pergunta é: Qual o resultado da união cinematográfica entre o roteirista-deus nerd George Lucas e o pai dos filmes pipoca Steven Spielberg? A resposta: DIVERSÃO ATÉ O OSSO. O roteiro de Lucas é sensacional; divertido, leve, recheado de cenas maravilhosas e cheio de referências aos filmes anteriores (fiquem atentos ao aparecimento da Arca da Aliança). Lucas também faz certo ao trazer Marion de volta, uma vez que, em minha opinião, ela foi o melhor par romântico da trilogia original. Além disso, ele bebe da fonte do livro “Eram os Deuses Astronautas” de Erich Von Däniken. Para aqueles que não conhecem a obra, ela disserta sobre a influência de seres extraterrestres nas antigas civilizações, ou seja, alienígenas ajudaram a humanidade a erguer-las, e que os deuses narrados nos mitos antigos (cristão, egípcio, celta, grego, etc) eram, na verdade visitantes do espaço. Resumindo: sim, há homenzinhos verdes no filme. Algumas vezes de forma mais sutil, outras de forma mais explicitas, de uma forma ou de outra, eles estão lá. Há também a climatização “Guerra Fria”, que é excelente. A cena inicial, ao som da música Hound Dog de Elvis Presley, onde os comunistas invadem uma base secreta americana mostra bem a época da paranóia americana (assim como a cena da bomba atômica). Junte a isso uma direção ágil (como só Spielberg sabe fazer) que mantém um excelente ritmo e que reconstrói o clima dos filmes anteriores, assim como uma excelente direção de arte, que recria os anos 50 com muito primor. Jogue em cima de tudo disso uma camada composta pela maravilhosa trilha sonora de John Willians, e como eu disse antes, temos “diversão até o osso”!
Em suma, o filme é excelente! Com seus 124 min de exibição que honram o personagem a todo o momento (vide a cena final, que envolve Mutt, Indy e seu chapéu). Trouxeram o personagem de volta, e 19 anos após Indiana Jones e a Última Cruzada, Indy ainda esta em plena forma. Resumindo: Indy é foda! Harrison Ford é foda! George Lucas é foda! Steven Spielberg é foda! Karen Allen é linda! Shia LaBeouf é bucha! E Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é o filme mais divertido do ano! Então corra para o cinema mais próxima, compre um balde de pipoca, e vibre com as aventuras de Indiana Jones e companhia! NOTA: 9,5

As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian

"For Narnia! For Aslan!"


Eu amo O Senhor dos Anéis, amo o livro escrito pelo genial J.R.R. Tolkien, e amo a trilogia cinematográfica criada por Peter Jackson; mas depois da bem-sucedida franquia cinematográfica, inúmeras adaptações de livros de fantasia, tentam, sem sucesso, SER o Senhor dos Anéis, e As Crônicas de Nárnia não foge a regra. Mas disso falarei depois...
Pois bem, a franquia Nárnia teve inicio com a adaptação em 2005 do livro O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa, filme esse que tinha suas falhas (os olhos mais atentos, erros e falhas gritantes no que se refere aos efeitos especiais), mas de todo, era muito bom. Tinha um elenco infanto-juvenil excelente, apoiados por atores de peso, em uma história leve, com fundamentos míticos calcados nas religiões cristãs; uma bela e singela fábula. Um filme que encantava a todos, e que traduzia de forma digna a mitologia criada pelo escritor C.S. Lewis. A boa notícia? As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian aprimora as qualidades do primeiro filme, amadurecendo a trama e agradando a todos os fãs de filme de fantasia.
Vamos a história do filme: 1300 anos se passaram desde que os quadro irmãos PevensieLucy (Georgie Henley), Susan (Anna Popplewell), Edmund (Skandar Keynes) e Peter (William Moseley) – estiveram em Nárnia. Os Telmarinos (os quais podemos classificar como “o reino dos homens”) governam o mundo. Os minotauros, centauros, grifos, anões e animais falantes abandonaram suas florestas. É nesse cenário que surge Caspian (Ben Barnes), legitimo herdeiro do trono. Mas como de praxe, o tio “malvado”, Lorde Miraz, agora com um filho herdeiro, tenta matar Caspian. O príncipe foge, se escondendo na floresta, e recebendo ajuda dos poucos “seres mágicos” que ali ainda habitam. Cabe agora ao fugitivo herdeiro do trono convocar os quatro reis do passado para restabelecer a paz em Nárnia.
Mas uma vez, a pedra fundamental do filme são os irmãos Pevensie. Cada um deles são peças essenciais, tanto na história propriamente dita quanto nos aspectos técnicos do filme. O quarteto Georgie, Skandar, Anna e Willian são ótimos atores, que interpretam seus personagens de forma plena. O interessante é que eles realmente parecem irmãos, o que da maior firmeza a trama. Georgie, assim como no primeiro filme, é a mais carismática dos quatro. A menina parece ter intimidade com a câmera, o que a deixa muito a vontade com a personagem. O mesmo vale para Anna, com uma Susan que parece ter mais destaque aqui do que no primeiro filme. Skandar está bem, menos irritante que no primeiro filme (pena que não dão maior destaque pra ele no filme) e, por último, Willian, que apesar de saber interpretar bem, é o mais desinteressante dos quatro. E o melhor, eles estão amadurecidos. Três anos se passaram desde o primeiro filme. Os atores cresceram assim como a capacidade de cada um de compor um personagem. Já Ben Barnes, como Caspian, para mim, não convenceu. Parece que o ator é jovem e inexperiente demais pra sustentar um personagem de tamanha importância pra história. Completando o elenco, temos Tilda Swinton como a Feiticeira Branca, em uma rápida aparição, e o sempre fenomenal Liam Neeson, usando sua poderosa voz para dublar o leão-deus Aslam. Destaque para o ratinho Ripchip, uma versão roedor da Tartaruga Touché, responsável por várias cenas divertidas.
A direção de Andrew Adamson é competente, mas possui suas falhas. Dentre elas, a irritante mania de tentar mostrar Peter como um Rei Arthur Narniano; a cada momento vemos alguma ação do personagem para tentar mostrar que é o “grande líder”. Ponto negativo pro diretor por essa insistência; ponto negativo pro ator, Moseley não tem cara nem coragem suficiente, em termos de atuação, para interpretar uma figura desse porte. E por último – e voltando ao tema da introdução – a insistência do diretor de ocupar boa parte do filme com batalhas. Como eu disse, muitos filmes buscam ser O Senhor dos Anéis, mas não são. Na obra de Tolkien, cada batalha adiciona muito a trama. Seja a investida a Moria, ou as batalhas nos campos de Pelennor; cada uma delas encorpa a história. Em Nárnia, isso não acontece. Até acredito que é válido por uma batalha no final, ok, mas a batalha no meio do filme (a invasão ao castelo Telmariano), apesar de ter um teor dramático, é, no meu ver, uma completa perda de tempo. Tempo esse que poderia ser gasto no desenvolvimento das personagens. Como eu queria ver mais cenas diálogos, explorando a meiguice de Lucy, ou a coragem de Susan, assim como as personalidades de Edmund e Peter. Cenas de diálogos entre os irmãos, construindo melhor a personalidade de cada um. Mas o diretor não faz isso. Pena.
No geral, As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian é um bom filme. Atores carismáticos, um roteiro um pouco mais maduro (e que funciona de forma independente, sem necessidade de assistir o primeiro filme para entender o segundo) e uma direção, que como eu disse, não é perfeita, pelo menos é competente. Uma película para todas as idades, quem de certa forma resgata um pouco da inocência e pureza infantil em nossos coração adultos corrompidos pela realidade do mundo. Assista-o, e sonhe com as vastas planícies e florestas, rios e vales, e todas as belezas das terras de Nárnia. NOTA: 8,5

O Melhor Amigo da Noiva

Até que é legalzinho!

Os anos 80 são responsáveis por algumas tosqueiras cinematográficas que acabam se tornando eternas. No meio dessas bizarrices, lembro-me de um filme que já foi reprisado exaustivamente em eternas “Sessões da Tarde” e “Cinemas em Casa”, um filme de nome “Namorada de Aluguel”. Sim, estou falando daquela película oitentista onde um típico perdedor americano aluga a garota mais popular da escola durante um mês, para que ela finja ser sua namorada, e assim ele se torne “descolado”. Pois bem, por que estou citando esse clássico das tardes de nossas vidas, por uma simples razão: foi nesse filme que surgiu o aspirante a galã que Patrick Dempsey; atualmente protagonista da série de TV Grey’s Anatomy. É ele quem, ao lado da bela Michelle Monaghan, estrela a comédia romântica O Melhor Amigo da Noiva.
Bem... Não a muito que dizer sobre a produção. O roteiro é o clichê do clichê. Cenas batidas, personagens arquétipos, etc, etc, etc, está tudo lá! A história mostra Tom (Patrick Dempsey) o típico “garanhão” nova-iorquino, que tem todas as mulheres aos seus pés. Quando sua melhor amiga - e única mulher que não entrou para a sua “lista” – Hannah (Michelle Monaghan) viaja a Escócia a trabalho, ele descobre que ela é o amor de sua vida. O problema é, assim que regressa, Hannah traz consigo uma novidade, está noiva de um duque escocês e vai se casar em algumas semanas. E pior, ela pede para que Tom seja sua “dama de honra”. É ai que o mulherengo personagem vê uma oportunidade única de impedir o casamento da amiga e declarar-se como manda o figurino. Mas clichê que isso impossível. E como eu disse, todos os arquétipos estão ali: a amiga gordinha da noiva, a outra amiga que odeia Tom, o típico escocês (Kevin McKidd, de Roma), etc.
O mérito fica mesmo por conta da dupla de protagonistas, Dempsey e Monaghan. Se eles não são atores do primeiro escalão de Hollywood, pelos menos tem carisma o suficiente pra sustentar as 1:41h de duração do filme. Os dois têm uma ótima sintonia, criando juntos cenas singelas e agradáveis de ver. Há até momentos que pode emocionar como a cena em que Hannah está indo pra casamento, e Tom, indo embora após declarar-se para a amiga; cena essa embalada ao som de Stop Crying Your Heart Out, da banda inglesa Oasis. É para os marmanjos, a beleza de Michelle Monaghan já é motivo suficiente para assistir o filme.
No geral, diria que Made of Honor (título original) é um filme morno. Mas um morno agradabilíssimo. É um filme previsível (você sabe como o filme vai terminar desde o começo da exibição), mas com boas piadas. Altamente recomendado para casais. E claro, há também a chance de ver a última aparição em telona do ator e diretor Sidney Pollack, que faleceu há um mês atrás. NOTA: 7,5