domingo, 20 de julho de 2008

Hancock

Água demais também mata planta!


Fui ver Hancock com a maior das expectativas. Primeiro porque era estrelado pelo maior astro de Hollywood da atualidade, Will Smith. E segundo porque a temática principal do filme era "super-herói bêbado", e pelo que era mostrado nos trailers, bem, parecia que ia ser diversão na certa. E foi, mas não o filme todo. Sabe, quando ouvia ou lia uma crítica sobre o filme, era sempre a mesma coisa: A primeira metade do filme é boa, mas na segunda, o diretor perdeu a mão. E então, depois que assisti ao filme, vi que era verdade.
O filme mostra John Hancock (Will Smith), um super-herói bêbado e desmemoriado, que não está nem ai pra nada, e que é odiado por todos pelos estragos que causa quando resolve "ajudar" alguém. Mas tudo começa a mudar quando ele salva a vida de Ray Embrey (Jason Bateman), um relações públicas que resolve auxiliar o herói a mudar sua imagem, e fazer com que a população passe a gostar dele. O problema é que a esposa de Ray, Mary (Charlize Theron) não vai com a cara do desastrado Hancock. Até ai tudo bem. Vemos o herói se entregar para o governo (que havia declarado-o como criminoso) e parar em uma prisão estadual. Cenas engraçadas e algumas sessões de terapia depois, Hancock sai da prisão; logo é convencido por Ray a usar um uniforme, e se "redime" perante a população, ao ajudar a polícia a parar um assalto a banco. Se parasse ai, o filme do diretor Peter Berg seria ótimo. O problema é quando o roteiro começa a querer se explicar demais. Sabe, tinha um professor que, quando eu escrevia em uma prova ou teste, uma resposta demaziadamente longa (e que podia ser escrita de forma mais simples), ele escrevia: "Água demais também mata planta!" ou, de forma menos metáforica: Explicação demais as vezes torna a resposta errada. E é nesse quesito que Hancock peca. Depois da bem sucedida primeira metade do filme, o diretor, na segunda metade, se perde em tantas explicações; essas por sua vez, catapultadas por reviravolta atrás de reviravolta, em um nível pior do que aquelas bizarrices de novelas mexicanas. Todo esse turbilhão de idéias, somado ao retorno de um vilão que já tinha dado o que tinha que dar (sem duplo sentido), destroem todo o clima de descontração que o começo do filme havia criado, culminando em um final um tanto incomodo para o filme, meio amargo.
Nem Smith salva o filme. Claro que na primeira metade do filme ele esta, como sempre, excelente. Já Jason Bateman repete o mesmo arquetipo que usou no papel de Mark Loring, no excelente Juno (2007). Agora, quem me surpreendeu, puxado pro pior sentido que a palavra pode ser usada, foi Charlize Theron. A detentora de um Oscar esta completamente perdida no filme. Parece que fez o filme com má vontade.
Enfim, em um balanço geral, o filme está, como diriam os americanos, fifth-fifth, ou seja, 50% dele é bom. E 50% é ruim. Pena, o filme tinha tudo para dar certo, mas acabou se perdendo no caminho. NOTA: 6,5


Um comentário:

Anônimo disse...

também achei que o filme 'degringolou' da metade pro final, uma pena pois tinha muito potencial