quinta-feira, 19 de junho de 2008

Efeito Dominó

Esse tem sotaque britânico!

Nunca fui com a cara de Jason Statham. Sempre o via como o astro do filmeco de ação Adrenalina. Um novo Van Damme, sem cérebro, só músculos. Quando ouvi falar pela primeira vez de Efeito Dominó (The Bank Job, no original), pensei: "Oh, mais um filme de assalto a banco, agora com um pseudo-atorzinho! Uhul! O que tá pasando no outro canal?" Mas não troquei de canal; esperei para ver qual seria a opinião do crítico de cinema Christian Petermann (o cara que eu tenho como "guru", e único critico de cinema que respeito), no programa de titio Ronnie Von, "Todo Seu", na TV Gazeta. Segundo Petermann, dessa leva 2008 de filmes de assalto (Mad Money e Um Plano Brilhante), The Bank Job era o melhor. Pois bem, quando vi que o filme estava disponível no cinema aqui perto de casa, fui assistir. Primeiro pelo elogio de Petermann a película, segundo porque o filme é uma produção britânica, ou seja, é repleto daquele agradabilissímo sotaque do velho continente. Ao termino da sessão, a felicidade de ter "queimado a língua" no que se refere ao bobo preconceito que tinha quando a Statham; e claro, a de ter assistido a um excelente filme.
A história de Efeito Dominó começa de uma forma simples, quando o mecânico Terry Leather (Jason Statham) reencontra com uma velha amiga, a atraente Martine Love (Saffron Burrows), que lhe faz uma proposta: assaltar um banco, quando este, por uma semana, estará com a segurança em manutenção. Até ai, tudo bem, o problema é quando esse assalto a banco se mostra como apenas a ponta do iceberg de uma conspiração que envolve um "segredo" guardado pelo criminoso engajado Micheal X (em alusão ao líder americano Malcolm X) que pode derrubar o Império Britânico, e o esforço do MI-5 (o serviço britânico de inteligência) para capturar Micheal X e silência-lo. Acho que por isso traduziram o título do filme dessa forma. O assalto é a primeira peça de um dominó, que pode iniciar uma série de acontecimentos de proporções colossais.
A atuação de Statham é ótima. Ele não é um astro de ação vazio. Ele tem um motivo primordial que o move. E aqui, é o bom e velho extinto protetor. O desejo de dar a família (esposa e duas filhas pequenas) uma vida melhor. Apesar disso, Terry acaba sedendo aos encantos da bela Martine, em uma excelente atuação de Saffron Burrows. A atriz cria ao redor de si uma aura de "poder feminina", uma femmale fatale com um Q a mais. E claro, a sintonia entre os dois atores é perfeita.
Já a direção, de Roger Donaldson (diretor do clássico trash paga-peitinho A Experiência) funciona. Mas, com um roteiro desse nas mãos, que flui muito bem, Donaldson poderia ter arriscado mais. Brincado com o "ser diretor", criando algo novo na direção. Ele optou por uma condução linear da história. Funcionou, mas poderia ter sido mais. Ponto para a relação Terry-Martine; um constante clima de tensão sexual paira sobre eles. Porém, aqui, Terry sempre mostra que está mais ligado a esposa e sua família, e que a relação com Love é apenas uma paixão, algo "de pele".
Concluindo: The Bank Job é um bom filme. Tenso, climático, interessante, e com aquela boa e velha estória de conspiração com a Família Real Inglesa! O roteiro, como já disse, flui, e não cansa. Um bom filme britânico, com uma pequena, porém divertida participação de John Lennon e Yoko Ono (o filme é ambientado nos anos 70)! Corram para o cinema, e aproveitem a sessão. NOTA: 8,5

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu pensei em ver esse filme, mas não sabia se era bom, no fim nem vi :D haha

agor já saiu de cartaz aqui...

adorei teu blog, as críticas e tal, são ótimas, o resto dos filmes que você comentou, já vi todos, adorei a maioria...

três vezes amor é muito FOFO

beijoooos

Anônimo disse...

o filme deve ser muito legal, vou assistir sim, gostei da dica. só um dica, troca 'extinto protetor' por 'instinto protetor'.

Lucas Ed. disse...

Velho, faça um favor a si mesmo e assista os filmes que lançaram o Jason Statham: "Jogos, trapaças e dois canos fumegantes" e "Snatch, porcos e diamantes".
O cara é bom. Nenhum gênio da interpretação, mas tem talento. Bem mais que o Van Damme, é evidente.