Isso está realmente acontecendo?

O filme entra na onda dos bons e velhos filmes catástrofes, onde uma espécie de toxina espalhada pelo ar começa a “desligar” o instinto de auto-preservação das pessoas, e estas passam a se suicidar. Eis que entra, como de praxe, o ponto de vista familiar que Shyamalan adora explorar. Temos Elliot Moore (Mark Wahlberg), um típico professor que tenta descobrir o motivo da tal “praga”, enquanto sua relação com a esposa Alma (Zooey Deschanel) torna-se cada vez mais frágil. Juntam-se a eles Julian (John Leguizamo), melhor amigo de Elliot, e sua filha Jess (Ashlyn Sanchez). Os quatro partem de Nova Iorque, tentando fugir da praga, para logo depois descobrirem que a mesma esta se manifestando em outras cidades da costa leste do país.
Pois bem, de forma simples e clara, o filme é ruim. É incrível como o cara que criou O Sexto Sentido (1999), uma das películas de cinema mais interessantes dos últimos anos, pode fazer algo tão tosco. E a culpa não é só do indiano estranho. O elenco está horrível, parece que fizeram o filme de má vontade. Todos, eu disse TODOS, estão em uma canastrísse só. De Wahlberg á Leguizamo, não há nada quase momentos que redimam os atores. Acho que a única cena que “salva” o ex-rapper Mark é um momento “lágrimas”, onde Elliot e Jess se abraçam e ambos começam a chorar. Fora isso, não a mais nada. O filme é todo recheado de momento em que você gostaria de socar a cara de Wahlberg – vide o momento em que ele “confessa” uma traição para Alma, chega a ser constrangedor. Já para a marmanjada, o maior atrativo da fita é a presença da bela e carismática Zooey Deschanel.
No geral, nada resiste ao péssimo roteiro que abusa de forma maldita da palavra “happening” (do inglês, acontecer), extraída do título original; de minuto em minuto alguém solta a frase “isso realmente está acontecendo”, a ponto de irritar quem assiste ao filme. Além disso, a resolução da história é simplista demais, quase irreal. E o pior, perto do final do filme, após o clímax que resolve a história, entra uma narração em off de Wahlberg, explicando o que ocorrerá na cena anterior, cena essa que todos os espectadores tinham entendido: Então, pra que DIABOS explicar a PORRA da cena?!?!
Fim dos Tempos é a prova viva de que titio Shyamalan está cansado. Desde O Sexto Sentido sua obra vem decaindo. Tivemos Corpo Fechado, com uma ótima história, mas que pareceu não brilhar como devia. Depois Sinais, cuja trama é bem desenvolvida, mas tem um final muito escroto. Passando por A Vila, uma critica sem sal a sociedade capitalista, chegando a seu penúltimo filme, A Dama na Água, que ainda não assisti, e por isso não posso comentar. Está na hora do diretor tirar umas férias de Hollywood e voltar a fazer alguns filmes em Bollywood, a hollywood indiana, para ver se sua criatividade e genialidade conseguem voltar. NOTA: 7,0
