quarta-feira, 21 de maio de 2008

Um Beijo Roubado

Ao som de jazz a vida se torna mais bela!


Engraçado, estava eu em uma sessão de cinema (não me lembro qual) esperando o início da exibição. Eis que na tela surge um trailer, mostrando a beleza da cantora Norah Jones, seguido pela aparição de outros três atores que admiro: Rachel Weisz, Jude Law e Natalie Portman. Logo se demonstra no trailer o interesse romântico entre Jude e Nora, assim como o clima sutil e lento do filme, este moldado ao som de jazz. Como uma resposta automática do meu cérebro me vem a lembrança o excelente Closer - Perto Demais (2004), também estrelado por Law. Pronto, foi o suficiente para eu querer assistir o dito filme.
Com o singelo título de Um Beijo Roubado, o filme me deixou com um certo "pé" atrás, e digo porque: era a estréia de Norah Jones como atriz, e vocês sabem, cantores não tem muita sorte em suas investidas no cinema (vide Madonna). Começa a exibição, e nos primeiros minutos ela não me convenceu. Passam-se mais alguns minutos e, graças ao bom Deus era só impressão. Termina o filme e chego a conclusão de que Norah se saiu muito bem em seu primeiro papel, encarando uma protagonista logo de cara.
A película mostra Elizabeth (Jones) que vai a um cafe para se encontrar com seu namorado. Lá ela descobre, por meio do dono do local, Jeremy (Jude Law) que ele se encontrava com outra. Com o passar do tempo surge uma amizade entre os dois, abastecida com fatias e mais fatias de torta. Entretanto, para Elizabeth, permanecer ali é continuar ligada a seu ex-namorado. Então ela parte, buscando se auto-conhecer, e claro, apagar da memória o passado.
O ótimo roteiro foca dois momentos desse jornada pessoal. O primeiro, quando sua vida se cruza com a de Arnie Copeland (David Strathairn), um policial bêbado recém-divorciado que freqüenta o bar que ela trabalho, e a da esposa do mesmo Sue Lynne (Rachel Weisz)! O segundo momento mostra sua estada em Las Vegas e seu encontro casual com Leslie (Natalie Portman) uma jogadora de cartas que por um "problema" financeiro acaba por ser ajudada por Elizabeth.
Ambos os núcleos são excelente. A atuação de David Strathairn é excepcional; o espectador se compadece com a dor do personagem, que parece ter desistido de viver. Rachel Weisz como a esposa perseguida esta espetacular, para não dizer extrema, alternando momentos de ódio e tristeza de forma incrível. Já Natalie Portman, ótima como sempre, vive uma jovial jogadora com alguns problemas familiares. Ah, faltou o Jude Law, com seu bom e velho sotaque britânico. O ator também atua muito bem, levando com certa sutileza seu personagem.
Um Beijo Roubado é um filme lento, de olhares, de silêncios, portanto não recomendado para pessoas que só assistem a filmes de ação. E o roteiro é muito bom, formando uma espécie de círculo, de onde a triste Elizabeth parte para buscar superar sua dor, atravessando o país, para no final voltar ao ponto de partida, neste caso, sua amizade com Jeremy, agora mais madura; tudo isso regado com uma ótima trilha sonora. O único ponto fraco do filme é seu título em português "Um beijo roubado". Título esse justificado por uma cena no final do filme. O original, "My Bluebberry Nights", traduzindo de forma literal, seria algo como "Minhas Noites de Mirtilo"; mirtilo é uma espécie de uva, e se refere as tortas feita com a fruta e vendidas no cafe. Ou seja, o nome do filme faz alusão as noites de conversa na qual a amizade entre Elizabeth e Jeremy é construída, todas elas, como já havia dito antes, abastecidas por fatias de tortas. E ai que levanta-se a pergunta: Por que algumas distribuidoras simplesmente não preserva os títulos originais dos filmes? NOTA: 9,5


Um comentário:

Prof. Aline Costa disse...

Parece-me, independente da sua nota, um filme muito bom! Relamente vc poderia ser um critico de cinema proficional! vc leva jeito com a coisa... rs

eis a pergunta: tal filme um chegará a NI? rs